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Falta planejamento, sim
*Por Sandro Paio Outro dia escrevi um comentário que deu o que falar em certos lugares, pois algumas pessoas não concordaram com o que falei. Foi sobre a falta de planejamento em certos setores da administração pública, principalmente no que tocante às obras realizadas e que, na grande maioria das vezes, acabam por desprezar algumas das características e peculiaridades da nossa região. Ou seja, é o caso de alguns administradores públicos que na ganância de realizarem mais obras e por custo menor, acabam se ?esquecendo? que em Rondônia existem apenas duas estações com climas bem definidos: a época das águas, também conhecida com inverno amazônico, quando há chuvas intensas e que tem uma duração estimada de até seis meses (de novembro a maio), e o período de seca, que toma o resto do ano (normalmente entre junho e novembro). Insatisfeito com algumas reclamações (e até diria broncas) que recebi, resolvi conversar com um especialista, o meu amigo engenheiro Izacarias Rebouças, sobre o assunto. E não houve surpresa nenhuma de minha parte. Ele também acha que o maior problema de Rondônia e de suas prefeituras também seja a falta de um planejamento adequado na hora de se decidir em realizar algumas obras importantes e estratégicas. E foi até mais além do que eu, que me limitei às questões climatológicas do estado. Com sua visão experiente, ele disse que para citar apenas um lado do problema, destacava que os maiores problemas estruturais de Ji-Paraná, realmente existiam até hoje, porque no passado desprezou-se o planejamento estratégico em troca do rápido benefício político. Dentro desta ideia podemos citar, a quantidade de ruas e avenidas que foram pavimentadas diretamente, sem nunca ninguém se preocupar com a questão da infraestrutura básica. Quer dizer, quanto mais rápido se pavimentar uma rua, mais destaque político. Porém, os problemas estruturais ficam para depois, já que essas ruas não receberam rede de drenagem, rede de esgotos, etc. Resumindo: nada de planejar agora, pois os problemas só ficarão para os prefeitos futuros. E o pior de tudo nesta história é que ele tem razão! Outro engenheiro, também amigo, ouvindo nossa conversa, resolveu dar os seus pitacos, e não só corroborou com o que falávamos, como ainda jogou mais gasolina no que incendiáramos, provando que aquela máxima que existe no mundo da política que diz: abrir buraco para colocar esgoto não dá voto. E na sua fala, lembrou que, em Rondônia, isso provou ser mesmo verdade. Ele destacou que Alvorada do Oeste é a única cidade do Estado que é atendida 100% com esgoto e água encanada. Só que o prefeito que conseguiu isto à época, não conseguiu se eleger. Ele deixou toda a cidade com suas bases prontas, mas ficou com a reclamação e a insatisfação da população, por causa da sujeira e dos buracos. Já seu sucessor, priorizou o embelezamento da cidade, a pavimentação de ruas, a construção de praças, etc... E foi um político de sucesso, reelegeu-se facilmente. Aturdido com o que ouvira, pus-me a lembrar das centenas de ruas que vi sendo pavimentadas com asfalto ou bloquete nos últimos anos pelas cidades de Rondônia, e não me lembrei de nenhuma que tenha seguido o princípio do planejamento para uma boa infraestrutura. Aí foi hora de parar e pensar nos prefeitos que estão assumindo agora, será que eles já pensaram neste tipo de desafio que os espera??? ...


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